Blog Fellipe Neto
A história da Música
A narrativa da música é bastante antiga, porque desde o início os humanos criaram diferentes formas de consonância.
Assim nos lembra que a melodia é uma forma de arte que funciona com harmonia entre som, ritmo, música e voz.
Todos estes recursos são relevantes e podem nos transportar para outro tempo e espaço, preservar memórias e reavivar emoções.
Traçaremos como esta linguagem artística tem sido transportada através dos séculos até os dias de hoje para alcançar as qualidades que ela tem hoje no Ocidente.
Música na pré-história
Uma pintura rupestre encontrada na Espanha retrata pessoas dançando, indicando a existência de mais do que apenas uma música.
A humanidade interage amplamente com a música, e é uma das formas mais antigas de expressão cultural.
Já nos tempos pré-históricos, há mais de 50.000 anos, o homem começou a desenvolver uma atividade sólida baseada na observação de fenômenos naturais.
O som das ondas quebrando na costa, trovões, comunicação entre animais, o som do vento balançando as árvores, o bater do coração – tudo isso encorajou as pessoas a explorar os sons produzidos por seus próprios corpos. Por exemplo, os sons de nossas palmas, o bater de nossos pés no chão, nossas vozes, etc.
Na época, essas experiências não eram consideradas arte no sentido estrito e estavam associadas à comunicação, rituais sagrados e dança.
Música no Egito
No antigo Egito, a música era amplamente utilizada e era um importante elemento religioso já no século IV a.C. Os egípcios acreditavam que era a invenção do Deuses Thoth e Osíris que usou-o como um meio de civilizar o planeta.
A melodia era usada para acompanhar cerimônias sagradas relacionadas à agricultura, que era abundante na região, e os instrumentos utilizados eram harpas, flautas, instrumentos de percussão e a cítara, um instrumento de cordas derivado da lira.
Música na Mesopotâmia
Os povos sumérios, assírio e babilônico viviam na Mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates. Entre 3 e 20 harpas de cordas, estimadas em mais de 5 000 anos de idade, foram encontradas na área suméria. Também foram encontrados violões pertencentes ao assentamento assírio.
Música na China e na Índia
No continente asiático por volta de 3.000 a.C. – A música floresceu na Índia e na China. Nessas regiões, ela também estava intimamente ligada à espiritualidade.
O instrumento mais comum usado pelos chineses era a cítara, e o sistema musical era a escala pentatônica.
Na Índia em 800 AC, o procedimento musical foi o raga, que não usava notas, mas consistia de notas e semitons.Música na Grécia e Roma
Podemos ver que a cultura musical da Grécia antiga era uma espécie de parentesco entre o homem e os deuses. Tanto que o termo ‘música’ vem da palavra grega mousikē, que significa ‘a arte das musas’. As musas foram deusas que guiaram e inspiraram as ciências e as artes.
É importante mencionar que Pitágoras, o grande filósofo grego, foi o responsável pela colaboração entre matemática e a melodia quando descobriu notas musicais e intervalos.
Sabe-se que na Roma antiga, muitas formas de arte, como a pintura e a escultura, eram adotadas a partir da cultura grega. Pode-se concluir que isto também se aplica ao canto. Ao contrário dos gregos, porém, os romanos utilizavam esta arte de forma mais ampla e mais diária.
Canto na Idade Média
Durante toda a Idade Média, a Igreja Católica esteve presente na sociedade européia, definindo o comportamento moral, social, político e artístico.
Naquela época, a melodia estava muito presente no culto católico. O Papa Gregório I – século VI – ditou as regras para o a música usado ritos do templo e o nomeou de Canto Gregoriano.
Outra expressão musical do período digno de menção é a chamada Cantigas de Santa Maria, composta por 427 composições galego-portuguesas divididas em quatro manuscritos.
O primeiro compositor medieval foi Hidelgard von Bingen, também conhecido como o autor dos Sibyls of the Kingdom.
Canto na Renascença
Durante a Renascença – do século XIV ao século XVI – a cultura passou por mudanças e interesses focados nas motivações, na ciência e no raciocínio das pessoas.
Estas preocupações se refletiram no canto, que tinha propriedades mais universais e procurava afastar-se das práticas do templo.
Uma característica principal do canto neste período é a polifonia, que consiste em uma mistura simultânea de quatro ou mais sons.
Um grande compositor do período da Renascença foi Thomas Welkes.
Melodia no barroco
A partir do século XVII, a virada barroca trouxe importantes mudanças na cena musical.
Foi um período bastante fértil e fundacional para o canto ocidental e introduziu novos contornos tonais com o uso dos modos Iônico (“major”) e Eoliano (“minor”).
Sendo esda época que surgiram óperas e orquestras de câmara, também como o virtuosismo de músicos que tocam os instrumentos. Os maiores representantes da melodia barroca são Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti e outros.
Canção no Classicismo
No classicismo, que corresponde ao período entre 1750 e 1830, a melodia alcançou objetividade, equilíbrio e clareza formal, conceitos já utilizados na Grécia antiga.
Neste período, o canto instrumental e as orquestras se tornaram ainda mais importantes. O piano substituiu o cravo e novas construções musicais foram criadas, tais como a sonata, sinfonia, concerto e quarteto de cordas.
Os principais compositores foram Haydn, Mozart e Beethoven.
Melodia no Romantismo
No século XIX, a mudança cultural que emergiu no continente europeu foi o Romantismo. A melodia dominante possuía as qualidades de independência e fluidez, e também se distinguia por sua amplitude e poder emocional.
Este período musical foi inaugurado pelo compositor alemão Beethoven com sua Sinfonia numero 3 e passou por nomes como Chopin, Schumann e sua esposa Clara Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss e outros.
Canção no século XX
No século XX, o canto ganhou um novo rosto e, com o advento do rádio, ocorreu uma mudança radical.
O advento das tecnologias, gravação e a difusão de músicas ajudaram a popularizar esta expressão artística e a revelar cantores e compositores, uma vez que eles já não dependiam mais apenas da música do concerto.
Graças ao alargamento do leque de possibilidades, o público está começando a encontrar outros tipos de canções.
Também é importante ressaltar a existência do canto atonal, ou seja, o canto que não tem centro tonal ou tom predominante. Há também uma escala dodecafônica na qual as doze notas da escala cromática são iguais.
Alguns artistas estão começando a integrar novos recursos em sua produção, tais como dispositivos e objetos sonoros pouco explorados.
Este é o caso do multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, que gera sons de flautas e pianos, mas também de objetos do cotidiano como bules, pentes, copos de água e brocas de dentista. A compositora Adriana Calcanhoto também tem um projeto de canção infantil no qual ela usa vários brinquedos para criar suas composições.
Entre as feras da música do século XX estão o brasileiro Heitor Villa-Lobos, o russo Igor Stravinsky, o nigeriano Fela Kuti, o pianista carioca Chikinya Gonzaga, o americano Louis Armstrong, o francês Lili Boulanger, o argentino Astor Piazzolla e muitos outros.
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